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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Taxista Melchert, 40 anos de profissão

 Osvaldo (61) nasceu em Corupá no dia 21 de maio de 1951. Filho dos agricultores Paulo e Elza Melchert, moradores do Rio Paulo Pequeno. O casal teve dez filhos: Geraldo (falecido aos 3 meses), Adalberto (falecido), os gêmeos Bertoldo e Ernesto, Valdemiro, Alfredo (falecido), Bernardo, Carmem, Osvaldo e Eli. Um irmão mora no município Rio Bom, no Paraná e os demais moram em Corupá.
        Osvaldo cursou apenas o primário na Escola Municipal Lauro Müller. Desde os 8 anos, ele e os irmãos ajudavam a família na roça, após o período escolar. Morou com os pais até os 20 anos.
      Em 14 de setembro de 1971 foi trabalhar na Alcover, uma empresa de Plásticos na Alemanha. A oportunidade de trabalho surgiu por meio de uma Agência de Turismo de Blumenau, que contratava pessoas para trabalharem na Alemanha. Foram selecionados 120 trabalhadores. Osvaldo ficou apenas seis meses, até 30 de março de 1972. Sentia muita saudade da família e do Brasil.
    Nesse mesmo ano, quando voltou da Alemanha foi morar alguns meses com o irmão em Curitiba para fazer sua carteira de motorista. Com a carteira em mãos, voltou a Corupá e começou a trabalhar como taxista no dia 13 de junho de 1972.
Em 40 anos, já trabalhou com 16 veículos
     Seu irmão lhe comprou uma Aero Willys, 1960, para que trabalhasse como taxista. E assim, Osvaldo tirou o primeiro alvará autorizando a profissão. Desde então não parou mais. Ao longo dos anos já trabalhou com diversos veículos. Osvaldo lembra com precisão dos 16 carros que já teve: Aero Willys (1967), Opala (1970), Corcel (1971), Corcel (1972), Corcel (1977), Passat (1986), foi o primeiro carro O Km que comprou, Uno (1990). De 1994 em diante, a preferência passou a ser o Gol, que foi trocado em  1997, 1998, 2000, 2003, 2008. Em 2006 novamente  o Uno. E desde 2010, trabalha com um Voyage prata.
    Outro taxista que permaneceu por anos em Corupá foi Raul Custódio, que começou em 1968 e aposentou-se em 2005. Ele é muito conhecido em Corupá. Atualmente mora em São Bento do Sul.
     Osvaldo conheceu a mulher Astrid Specht em 1973, durante uma corrida. Ela o contratou para levá-la a um casamento e assim o amor surgiu. Casaram no dia 25 de novembro de 1975. Tiveram quatro filhos Odelmir, Gerson, que já são casados e as gêmeas Raelli e Raquelli (falecidas). Também tem um neto chamado Kevin, que é a alegria da família.
    As gêmeas de  apenas 20 anos, faleceram em um trágico acidente no dia 12 de março deste ano, em uma curva próxima à Capela Santo Antônio, no Km 78, da BR-280, em Corupá. O veículo Gol vermelho em que elas estavam foi atingido  pela carga de bobinas de papel, que se desprendeu de um caminhão, placa de Três Barras, do Planalto Norte.
    As irmãs voltavam,  de carro, da Católica de Santa Catarina, universidade, em Jaraguá do Sul, onde Raelli cursava o segundo ano de engenharia de produção e Raquelli, o primeiro. O Gol foi comprado pelo pai para que elas pudessem ir à faculdade. As gêmeas não idênticas, que nasceram juntas, também perderam a vida ao mesmo tempo.  Este fato abalou a vida da família e chocou a todos os moradores de Corupá e a região.
Vítima de assalto
    Ao longo da vida de taxista já viu muita coisa, fez algumas corridas que não foram pagas, mas o maior susto e tensão que passou foi um assalto do qual foi vítima no dia 10 de abril de 2000. Um homem embarcou na praça Arthur Müller e pediu uma corrida para o bairro Poço Danta , a seis quilômetros do centro de Corupá.
    O assaltante era um homem moreno, bem vestido, cerca de 1m75, de 25 a 30 anos e comunicativo. “Quando pediu uma corrida para o Poço da Anta, não desconfiei de nada", diz Melchert. Chegando no local, anunciou o assalto, armado de um revólver apontou a arma. "Larguei o carro no acostamento e fui entrando no bananal, acompanhado por ele", afirma. Durante 50 minutos ficou sob a mira do revólver do assaltante. Sempre ameaçado de morte, o assaltante disse que outra pessoa levaria o carro, o que de fato aconteceu por volta das 19 horas.  Ele pediu para não reagir. Disse que Osvaldo recuperaria o carro mais tarde. Somente queria o veículo para fazer um assalto.
    O taxista entregou o veículo Gol branco, de 4 portas, ano 98, placa MAA-8526 (Corupá), R$ 293,00, relógio e um aparelho celular. Um tempo depois,  outro veículo buscou o assaltante. Melchert procurou ajuda em uma propriedade ao lado do bananal.
    No dia 24 de abril conseguiu recuperar o carro. Tinha sido vendido para um Ferro Velho em Gaspar.
Profissão de taxista
   Osvaldo gosta muito de sua profissão e não pensa em parar tão cedo. A sua aposentadoria não é o suficiente para manter a família. Possui alguns fregueses fiéis, que o acompanham há mais de 10 anos. “É uma profissão muito boa e não posso me queixar. A sua profissão influenciou o filho Gerson que também é taxista e já trabalha no ramo há 15 anos.
   O taxista  passa seus dias no Ponto de Táxi que fica na Praça Arthur Müller, centro de Corupá. O telefone para chamar um táxi é 3375-1236.
   O casal  Astrid e Osvaldo mora na rua Klara Hermann, 898.

Lei que regulamenta profissão de taxista
   A lei que regulamenta a profissão de taxista foi publicada no Diário Oficial da União no dia 29 de agosto de 2011. Desde então, o profissional é obrigado a ter habilitação para conduzir veículo automotor nas categorias B, C, D ou E, além de cursos de relações humanas, direção defensiva, primeiros socorros, mecânica e elétrica básica de veículos.
    Entre os novos direitos dos taxistas estão o piso salarial, ajustado entre os sindicatos da categoria. A lei também prevê a aplicação da legislação que regula o direito trabalhista do Regime Geral da Previdência Social. Dessa forma, os taxistas terão os direitos previdenciários e de aposentadoria garantidos.
  A matéria publicada estabelece entre outras coisas que esses profissionais, sejam autônomos, empregados, auxiliares ou locatários, terão garantidos os benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
  Além disso, a regulamentação aprovada pelo Congresso também concede aos taxistas o direito de a permissão para exercer a profissão ser transferida ao cônjuge, herdeiros necessários, à companheira ou ao companheiro. Esses passarão, assim, a ter os mesmos direitos e deveres do titular.
   Cabe ao município, por meio de seu órgão fiscalizador, apreender veículos que transportem passageiros sem a devida autorização legal. Pela regulamentação, será obrigatório o uso de taxímetros em municípios com mais de 50 mil habitantes.
   No município de Corupá, 28 taxistas estão cadastrados e autorizados pela administração municipal a exercerem a atividade

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